Revista Matemática Universitária, vol. 1, 2021 ISSN: DOI: / /rmu20211

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1 Revista Matemática Universitária, vol. 1, 2021 ISSN: DOI: / /rmu20211 MERGULHOS CLÁSSICOS DE VARIEDADES GRASSMANNIANAS: UMA VISÃO GERAL IVO TEREK COUTO Resumo. Neste artigo discutiremos conceitos básicos sobre variedades Grassmannianas em particular a motivação e o contexto histórico por trás do seu surgimento, como tais objetos aparecem em Geometria (Diferencial e Algébrica) hoje em dia, e alguns mergulhos isométricos de Grassmannianos em esferas e espaços projetivos. 1. Introdução e um pouco de história Em Matemática, Geometria Diferencial é o estudo das chamadas variedades diferenciáveis, objetos que localmente se parecem com o espaço Euclideano usual R n com o qual estamos acostumados, desde cursos básicos de Álgebra Linear. Trocando R n por C n e diferenciabilidade por holomora, inicia-se a discussão na categoria complexa. Em todo caso, sendo uma área ativa de pesquisa, é natural que cursos de Geometria Diferencial sejam frequentes e bem estabelecidos em programas de pós-graduação não apenas no Brasil, mas em universidades no mundo inteiro afora. Neste texto, vamos brevemente explorar uma classe de variedades rica de simetrias e propriedades interessantes, injustamente negligenciada na maioria dos cursos introdutórios de variedades diferenciáveis e Geometria Riemanniana. Começamos com uma ideia simples: xado de uma vez por todas um espaço vetorial V sobre um corpo K, pode-se considerar o conjunto de todas as K-retas em V passando pela origem. Explicitamente: PV. = {L V L é um subespaço vetorial de V e dim L = 1}. Dizemos que PV é o espaço projetivo associado a V. Quando V = K n+1, escrevemos simplesmente P(K n+1 ) = KP n. Uma generalização natural consiste em passar de retas (i.e., subespaços 1-dimensionais) para subespaços k-dimensionais, e assim passamos a considerar Gr k V. = {W V W é um subespaço vetorial de V e dim W = k}, Data de aceitação: Setembro de Palavras chave. Geometria Diferencial, Grassmannianos. 1

2 Mergulhos clássicos de variedades Grassmannianas 2 de modo que claramente temos PV = Gr 1 V. Este conjunto Gr k V é chamado o Grassmanniano de k-planos de V, e será o protagonista desta história. Agora, há dois fatos históricos particularmente surpreendentes e que merecem algum destaque. O primeiro deles, é que a ideia de um espaço Grassmanniano precede a formalização do conceito de variedade diferenciável! Com efeito, a primeira edição da Teoria da Extensão (Ausdehnungslehre) de Hermann Grassmann ( ) foi publicada em 1844, enquanto a grande aula inaugural de Bernhard Riemann ( ) na Universidade de Göttingen ocorreu apenas em 1854! O segundo deles, é que Grassmann nunca teve uma educação formal em Matemática e nunca foi professor universitário, tendo iniciado sua carreira como matemático relativamente tarde e daí em diante trabalhando como professor no que hoje mais ou menos equivale ao nosso Ensino Médio (o gymnasium alemão). Por outro lado, é seguro dizer que Grassmann foi um exemplo típico da versatilidade dos cientistas de antigamente, tendo investido muito de seu tempo também em Teologia, Filologia, Filosoa e Física. Fica então a pergunta: se a ideia original de Grassmann não começou como sugerimos acima, qual foi a motivação? Surpreendentemente simples, foi representar uma partícula com massa m > 0 localizada em coordenadas (x, y, z) em um espaço Euclideano tridimensional como uma quádrupla (mx, my, mz, m). Deste modo, o centro de massa de um sistema formado por duas tais partículas (m i x i, m i y i, m i z i, m i ), i = 1, 2, é descrito apenas pela soma (m 1 x 1 + m 2 x 2, m 1 y 1 + m 2 y 2, m 1 z 1 + m 2 z 2, m 1 + m 2 ). Quando o peso de tal centro de massa é zero, descrevemos a direção dada pelo vetor (x 1 x 2, y 1 y 2, z 1 z 2 ) neste momento, o leitor familiarizado com Geometria Projetiva talvez reconheça algum semblante de coordenadas homogêneas de um plano projetivo. Uma massa não-nula pode ser assumida como 1, e isto levou Grassmann a analisar matrizes das formas ( x1 y 1 z 1 1 x 2 y 2 z 2 1 ) e ( ) x1 y 1 z 1 0, x 2 y 2 z 2 0 bem como análogos de ordem mais alta. Por outro lado, mediante escolhas de bases, note que elementos de Gr k (K n ) são identicados com classes de equivalência de matrizes de ordem k n com entradas em K e posto máximo, onde diremos que A B se os espaços-linha de A e B coincidem (isto é, as linhas de A geram o mesmo subespaço de K n que as linhas de B). Vale observarmos que mesmo tal linguagem simplicada também não foi utilizada no Ausdehnungslehre original, que dispensou completamente fórmulas matemáticas e tratou apenas de argumentos losócos extremamente gerais, sendo (por falta de um termo melhor) intragável. Mas de qualquer modo, daí em diante o resto foi história. Infelizmente, o potencial das descobertas de Grassmann não foi devidamente reconhecido na época. Mas hoje, vemos claramente como estes objetos são ubíquos em Geometria, não apenas pura mas também aplicada. A título de ilustração, alguns exemplos:

3 3 Ivo Terek 1. Em Geometria Riemanniana, Grassmannianos complexos são exemplos particulares de variedades de Kähler-Einstein homogêneas e localmente simétricas (veremos isto na Seção 3). Recordamos que uma variedade Riemanniana (M, g) é: Einstein se o seu tensor de Ricci é um múltiplo constante de g; Kähler se estiver equipada com uma estrutura quase-complexa paralela; localmente simétrica se o seu tensor de curvatura é paralelo. Aqui, paralelismo é sempre relativo à conexão de Levi-Civita de g. 2. Em Geometria Algébrica, Grassmannianos são exemplos clássicos de variedades projetivas (entederemos isto melhor na Seção 4). Por variedades projetivas queremos dizer subvariedades de espaços projetivos descritas como o conjunto de zeros de alguma coleção de polinômios homogêneos. 3. Em Geometria Simplética, o Grassmanniano de subespaços Lagrangeanos de um espaço vetorial simplético (V, Ω) é uma ferramenta importante para estabelecer propriedades do chamado índice de Maslov: um isomorsmo explícito entre π 1 Sp(V, Ω) e Z, onde Sp(V, Ω) é o grupo de simplectomorsmos de (V, Ω) e π 1 é o funtor grupo fundamental. Para mais detalhes, veja [8] e [10]. 4. Em Otimização, há o chamado algoritmo de Riemann-Newton: uma generalização do método de Newton conhecido dos cursos básicos de Cálculo, agora para aproximar zeros de campos de vetores em variedades Riemannianas. Tal algoritmo é descrito explicitamente para variedades Grassmannianas em [1]. Claro que esta não é a única situação em que Grassmannianos aparecem em problemas mais computacionais veremos na Seção 4 um mergulho motivado por problemas desta natureza. Para mais contexto histórico e detalhes sobre a vida de Grassmann, recomendamos o Capítulo 3 de [6]. Neste ponto, o leitor deve estar razoavelmente convencido da relevância de entender o mínimo sobre Grassmannianos. Mas com o que Gr k V se parece? Nosso objetivo nal aqui é tentar responder, mesmo que de maneira possivelmente vaga, tal pergunta. E para isto, vamos ter que sujar nossas mãos um pouco. Gostaria de agradecer a Andrzej Derdzinski pelos vários comentários úteis e ao parecerista anônimo por apontar algumas correções a serem feitas na versão inicial deste texto. 2. Cálculo em Grassmannianos Como nosso objetivo inicial é realizar Cálculo, comecemos assumindo que o corpo com o qual trabalharemos é K = R ou K = C, e também que n = dim K V > 1 (a não ser que digamos o contrário). Denotando uma k-upla ordenada [x 1 x k ] V k de elementos de V apenas pela letra x (digamos, em fonte gótica), consideramos a variedade de Stiefel de k-referenciais de V: St k V. = {x V k x é linearmente independente}. Vemos que St k V é um subconjunto aberto do espaço vetorial V k, e portanto é uma variedade diferenciável. Ainda, temos uma projeção canônica Π: St k V Gr k V, que leva x no subespaço de V gerado por x. Com isto, equipamos Gr k V com a topologia quociente induzida por Π, que herda (direta ou indiretamente) todas as propriedades

4 Mergulhos clássicos de variedades Grassmannianas 4 boas de St k V, e mais. Isto é, Gr k V torna-se um espaço topológico compacto, conexo, Hausdor e com base enumerável. A construção de um atlas para Gr k V parte de uma ideia simples: dada qualquer aplicação linear sobrejetora f : V K k e um ponto W Gr k V, vale de duas uma: ou f W é um isomorsmo, ou não é. Então considere o subconjunto aberto. = {W Grk V f W é um isomorsmo} U f de Gr k V, e dena ϕ f : U f f 1 (e 1 ) f 1 (e k ) declarando ϕ f (W) como a única base (ordenada) de W que é levada por f na base canônica (e 1,..., e k ) de K k. Um cálculo direto mostra que a função de transição entre duas tais cartas é uma aplicação diferenciável (resp., holomorfa) entre abertos de R k (resp., C k ) observando que as entradas da inversa de uma matriz não-singular são funções racionais das entradas da matriz original). Assim, concluímos a: Proposição 1. Gr k V é uma variedade (real ou complexa) de dimensão (real ou complexa) igual a k(n k). Antes de prosseguirmos, há três comentários instrutivos a serem feitos. 1. Como recuperar, neste contexto, a descrição de Gr k (K n ) em termos de classes de equivalências de matrizes, dada na Seção 1? Basta notar que temos uma ação (livre) de GL k (K) em St k V pela direita, dada por mudança de bases: (x, A) xa. Assim, Gr k V é o quociente St k (V)/GL k (K). 2. Há outra ação em St k V, desta vez pela esquerda, pelo grupo de automorsmos GL(V): nada mais é do que uma ação diagonal dada por avaliação. Em outras palavras, se x = [x 1 x k ] e T GL(V), então colocamos T x. = [T x 1 T x k ]. E o ponto chave para descrevermos concretamente os espaços tangentes a Gr k V na Proposição 2 adiante é que esta ação é compatível com a ação descrita no ponto acima, isto é, vale que T (xa) = (T x)a, em vista da linearidade de T. 3. Quando k = 1 e lidamos com PV, é simples descrever as cartas (U f, ϕ f ) explicitamente: dado L U f, tome um vetor x L não nulo (ou seja, tal que L = Kx), de modo que ϕ f (L) = x/f(x). Veja a ilustração a seguir: L 0 ϕ f (L) ker f f 1 (1) Em particular, quando V = K n+1, as cartas (U i, ϕ i ) =. (U πi, ϕ πi ) já cobrem KP n, onde para cada i de 0 até n, π i : K n+1 K é a projeção na i-ésima componente. Cada pré-imagem π 1 i (1) é isomorfa à K n mediante o deletamento da i-ésima V

5 5 Ivo Terek componente. Isto nos dá ϕ i ([x 0 : : x n ]) = ( x1 x i,, x i 1 x i, x i+1 x i,..., x ) n, x i onde [x 0 : : x n ] denota a reta gerada pelo vetor (x 0,..., x n ), como talvez seja mais familiar para o leitor. Grassmannianos são sucientemente abstratos para que não seja imediato reconhecer seus espaços tangentes. Anal, o que seria o vetor velocidade de uma curva de subespaços de V? Proposição 2. T W Gr k V = Hom(W, V/W). Demonstração: Recordando que temos a projeção Π: St k V Gr k V e, portanto, a sua derivada dπ x : V k T Π(x) Gr k V, a descrição do isomorsmo é simples: Hom(W, V/W) H dπ x ( Hx) T W Gr k V, onde x St k V é qualquer base de W e H : W V é qualquer levantamento linear de V. Obviamente a aplicação acima será linear e sobrejetora (pois cada dπ x o é), de modo que ser um isomorsmo segue de ambos Hom(W, V/W) e T W Gr k V possuírem a mesma dimensão (nita). Assim, o verdadeiro obstáculo aqui consiste em mostrar que nada depende das escolhas de x e H. Se H 1 e H 2 são dois levantamentos lineares do mapa H xado, então a diferença H 2 H 2 : W W toma valores em W. Para t real pequeno o suciente, x+t( H 2 H 1 )x é uma base de W, de modo que aplicar Π e derivar em t = 0 nos dá que dπ x ( H 1 x) = dπ x ( H 2 x). Se x 1 e x 2 são duas bases de W, podemos escrever x 2 = x 1 A, onde A GL k (K) é a matriz de mudança de base. Denotando também por A a sua ação (linear!) pela direita A: St k V St k V, vale que Π A = Π. Tomando a derivada total dos dois lados desta igualdade no ponto x 1, a regra da cadeia nos dá que dπ x2 A = dπ x1. E avaliando no vetor Hx 1, nalmente obtemos que dπ x1 ( Hx 1 ) = dπ x2 (( Hx 1 )A) = dπ x2 ( H(x 1 A)) = dπ x2 ( Hx 2 ). E como usar tal isomorsmo na prática? Se temos uma curva t W(t) em Gr k V, usamos W também para denotar W(0), e queremos entender o que o vetor H = W (0): W V/W faz, devemos descrever Hx, para x W arbitrário. Para tanto, escreva W(t) = ker T (t), com T (t): V V para cada t. Tome uma curva t x(t) com x(0) = x e x(t) W(t) para cada t, de modo que T (t)x(t) = 0. Derivando tal igualdade em t = 0, obtemos que T (0)x+T (0)x (0) = 0. Moralmente, o que queremos é dizer que Hx = x (0), mas a relação anterior nos diz que x (0) só está determinado módulo ker T (0) = W. Então que seja Hx = x (0) + W, e vamos em frente. Próximo passo: se N é qualquer variedade (real ou complexa), uma função diferenciável (ou holomorfa) f : Gr k V N é identicada unicamente com uma função f : St k V N do mesmo tipo, com a propriedade adicional de que f(x) = f(xa)

6 Mergulhos clássicos de variedades Grassmannianas 6 para toda A GL k (K) via a relação f Π = f. Então a regra da cadeia nos diz que df W (H) = d f x ( Hx), onde x é qualquer base de W e H é qualquer levantamento linear de H. Note também que uma vez escolhido um produto interno em V, o quociente V/W é identicado com o complemento ortogonal W. Isto geralmente facilita alguns cálculos, como veremos no restante do texto. Vejamos alguns exemplos bem concretos de tudo o que foi descrito até agora: Exemplo 3 (Projetivizações). Cada aplicação linear injetora T : V 1 V 2 entre dois espaços vetoriais induz uma aplicação Gr k (T ): Gr k V 1 Gr k V 2 via imagens diretas, ou seja, Gr k (T )(W) =. T [W]. Com esta denição, vemos que Gr k de fato tem um comportamento funtorial (ou seja, valem Gr k (T S) = Gr k (T ) Gr k (S) e também Gr k (Id V ) = Id Grk V). Suponha agora, para facilitar, que V = V 1 = V 2 e que T GL(V). Dado um vetor tangente H T W Gr k V qualquer, realizado por uma curva suave t W(t), tomamos uma curva com t y(t) T [W(t)], de modo que d(gr k (T )) W (H) = y (0) + T [W]. Mas derivando em t = 0 a curva invertida t T 1 y(t) W(t), vemos que HT 1 y = T 1 (y (0)) + W, e assim concluímos que d(gr k (T )) W (H) = T HT 1 y + T [W], onde T é o isomorsmo V/W = V/T [W] induzido por T. O grupo de transformações {Gr k (T ) T GL(V)} terá um papel importante na Seção 3. Quando k = 1, tal grupo é denotado por PGL(V). Restringindo de GL(V) para SL(V), ou O(V) ou U(V) (quando V tiver estrutura adicional), também faz sentido falarmos em PSL(V), PO(V) ou PU(V). Exemplo 4 (Projeções ortogonais). Equipe V com um produto interno,, real ou complexo, xe u V e dena F : Gr k V V por F (W) = pr W u. Se H : W W é um vetor tangente a Gr k V em W, tome uma base ortonormal x para W e calcule F (W) = u, x i x i = df W (H) = u, Hx i x i + u, x i Hx i. Como H toma valores em W, segue que df W (H) = H pr W u+hpr W u. No cálculo acima, há talvez um passo não-trivial: a saber, que de fato podemos tomar as curvas t x i (t) W(t) sempre ortonormais (para todo instante t e não apenas para t = 0) e mantendo a propriedade x i(t) = Hx i (t). Caso seja necessário, substituímos H por H + T, para algum operador anti-simétrico T : W W, anal valerá que u, T x i x i + u, x i T x i = T pr W u + T pr W u = 0 e, como T toma valores em W, H + T determina o mesmo vetor que H no espaço tangente T W Gr k V. Exemplo 5 (Dualidade). Considere desta vez a aplicação polar, denotada aqui por Pol: Gr k V Gr n k V, que leva um subespaço W no seu espaço aniquilador W 0. = {f V f W = 0}. Sabemos da Álgebra Linear que Pol é bijetiva, e também que V /W 0 = W. Se t x(t) W(t) e t f(t) W(t) 0 são curvas com W(0) = W, W (0) = H, x(0) = x e f(0) = f, derivar os dois lados de f(t)x(t) = 0 imediatamente implica que f (0)x = f(hx). Isto quer dizer que d(pol) W (H) = H, onde H é

7 7 Ivo Terek a aplicação dual de H. Logo Pol é um difeomorsmo local pelo Teorema da Função Inversa (e portanto um difeomorsmo global por já ser bijetora). Como uma última curiosidade para esta seção, note que se E M é um brado vetorial sobre uma variedade M, tudo o que zemos até agora pode ser aplicado de forma suave ponto a ponto, nos dando brações localmente triviais Gr k E M, para cada k. Note que o espaço total Gr k E é compacto sempre que a base M o for. Esta construção pode ser utilizada para expressar de forma elegante algumas curvaturas de uma variedade Riemanniana (M, g). Por exemplo, a curvatura seccional é uma função K : Gr 2 (T M) R, o tensor de Ricci avaliado quadraticamente ao longo de vetores unitários nos dá uma função Ric: PT M R que é constante precisamente quando (M, g) é Einstein, e por aí vai. Se M k é uma subvariedade de algum (V,, ), a aplicação de Gauss generalizada é G: M Gr k V que leva x em T x M, e sua derivada (identicada com uma aplicação bilinear T x M T x M (T x M) ) é precisamente a Segunda Forma Fundamental de M em V. 3. A métrica natural em Gr k V Suponha que V está equipado com um produto interno (real ou complexo) h, e seja g = Re h (no caso real temos g = h, e no caso complexo h pode ser recuperado de g via a relação h = g ig(i, )). Por W sempre denotaremos o complemento h-ortogonal de W. A métrica natural em Gr k V é denida do seguinte modo: dados W Gr k V e H 1, H 2 T W Gr k V, escolhemos uma base h-ortonormal x para V, e (ligeiramente abusando da notação) decretamos que g W (H 1, H 2 ). = g(h 1 x i, H 2 x i ). Para ver que a escolha de x não importa na denição acima, observe que vale a igualdade g W (H 1, H 2 ) = Re tr(h 1H 2 ). Com isto, temos uma métrica Riemanniana g em Gr k V (que no caso K = C é compatível com a estrutura complexa de Gr k V, ou seja, g W (ih 1, ih 2 ) = g W (H 1, H 2 ) para todos os vetores tangentes H 1, H 2 T W Gr k V). A signicância geométrica deste produto é que se consideramos a variedade de Stiefel de k-referenciais h-ortonormais de V, St k (V, h). = {x V k h(x i, x j ) = δ ij para todos os 1 i, j n}, a restrição Π: St k (V, h) Gr k V torna-se uma submersão Riemanniana um conceito não apenas amplamente estudado por si só em Geometria, mas também muito útil para o estudo de variedades homogêneas, por exemplo. O artigo original [9] onde tais submersões aparecerem pela primeira vez é acessível e apresenta várias fórmulas relacionando as geometrias do espaço total e da base da submersão. Por outro lado, expressar a geometria de St k (V, h) (i.e., a conexão, a curvatura R, etc.) de forma limpa quando k > 1 é surpreendentemente trabalhoso (veja [11] para cálculos matriciais da curvatura seccional de St k (R n ), e [13] e [14] para Gr k (K n+k )). Quando k = 1, St 1 (V, h) é apenas uma esfera e a métrica denida acima em PV é chamada a métrica de Fubini-Study. Mesmo este caso particular é de extrema relevância pois,

8 Mergulhos clássicos de variedades Grassmannianas 8 quando K = C, PV com esta métrica acaba por ser o modelo de forma espacial complexa com curvatura seccional holomorfa constante e positiva (veja [7]). De qualquer modo, mencionamos na Seção 1 que Gr k V é rico em simetrias. A seguinte classe de isometrias é grande o suciente para os nossos propósitos: Exemplo 6. O grupo de transformações {Gr k (T ) T GL(V) e T h = h} age em Gr k V por isometrias. De fato, como estamos usando h para identicar quocientes de V com seus subespaços, a derivada de Gr k (T ) é dada simplesmente por d(gr k (T )) W (H) = T HT 1. Se x é uma base h-ortonormal para W, T x é uma base h-ortonormal para T [W], e assim segue que g T [W] (T H 1 T 1, T H 2 T 1 ) = g W (H 1, H 2 ) para quaisquer H 1, H 2 T W Gr k V, usando a denição da métrica g em Gr k V. Como caso particular, xado W, podemos considerar T como a reexão ortogonal sobre W, ou seja, T = Id V 2 pr W. Daí ϕ = Gr k (T ) satisfaz ϕ(w) = W e dϕ W = Id TW Gr k V e isto tem inúmeras consequências que exploraremos em breve. Note que se T : V V é a reexão ortogonal sobre algum subespaço Z xado, um subespaço de V é T -invariante se e somente se for a soma direta de um subespaço de Z com um subespaço de Z : Z Z A primeira consequência é que Gr k Z é uma subvariedade totalmente geodésica de Gr k V para todo subespaço Z V com dimensão pelo menos k, pelo seguinte argumento: a discussão acima nos leva a considerar o subconjunto Q de Gr k V formado pelos pontos que são xos por todas as isometrias de Gr k V induzidas por isometrias lineares de V que restritas a Z são Id Z ; Sendo precisamente o conjunto de pontos xos de uma família de isometrias de Gr k V, vale que Q é a união disjunta de subvariedades totalmente geodésicas de Gr k V (possivelmente de dimensões diferentes). Tais subvariedades acabam por ser Gr k Z e {W Gr k V Z W}. Neste ponto, podemos nos perguntar se estas são todas as subvariedades totalmente geodésicas de Gr k V. Em geral, a resposta é não, e há vários estudos sobre tais subvariedades com propriedades geométricas adicionais, como por exemplo em [2] e [12]. Quando k = 1, a situação é bem mais simples: por exemplo, quando K = C

9 9 Ivo Terek vale que toda subvariedade (complexa, conexa, completa) e totalmente geodésica N de PV é N = PZ para algum subespaço Z de V: se r = dim N, tomamos Z = L r H i[l], onde L N é qualquer reta e {H 1,..., H r } é uma base para T L N (anal, subvariedades totalmente geodésicas nas condições dadas são determinadas por um ponto e seu espaço tangente). Exemplo 7. Continuando o Exemplo 6, nos concentremos por um instante no caso k = 1. Mostramos que PO(V) Iso(PV, g) no caso real e PU(V) Iso(PV, g) no caso complexo. Na verdade, vale que estas são todas as isometrias (holomorfas, quando K = C), i.e., valem igualdades acima. Mais precisamente, é possível mostrar que dada uma isometria linear ψ : T L1 (PV) T L2 (PV), existe uma única isometria linear T : V V tal que d(pv) L1 = ψ (construída explicitamente a partir de um levantamento de ψ). Para Gr k V com k 1 e n 1, isto já não é mais verdade em geral: usando o produto h para identicar V com V, a aplicação Gr k V Gr n k V que leva W em W nada mais é do que Pol, vista no Exemplo 5. Vejamos que Pol é uma isometria. Com efeito, d(pol) W (H) = H, onde H : W W agora denota o adjunto de H, donde g W ( H, H ) = Re tr((h ) H ) = Re tr(h H) = g W (H, H). Mas quando n = 2k 4, Pol não é induzida por nenhuma isometria linear de V. O Exemplo 6 nos permite aplicar para (Gr k V, g) uma observação geral da Álgebra Linear: se B é um tensor r vezes contravariante e s vezes covariante em um espaço vetorial Z, com r + s ímpar, que é preservado por Id Z, então B = 0. Com efeito, ( Id Z ) B é simultaneamente igual a B (por hipótese) e também igual a B (pois r+s é ímpar). Como a aplicação antípoda de cada espaço tangente a Gr k V é realizada como a derivada de uma isometria, podemos aplicar isto ponto a ponto para R e J (onde R é o tensor de curvatura e, no caso K = C, J é a estrutura quasecomplexa dada por JH. = ih), que possuem valência total 5 e 3, respectivamente. Obtemos o: Corolário 8. (Gr k V, g) é uma variedade localmente simétrica e, quando K = C, também é de Kähler. A última propriedade mencionada na Seção 1 que ainda não estabelecemos é que (Gr k V, g) é uma variedade de Einstein. Isto acaba sendo um caso particular de um argumento mais geral sobre variedades homogêneas, entre as quais Grassmannianos estão inclusos. Digamos, no caso K = C, xado W Gr k V, o estabilizador de W sob a ação U(V) Gr k V é o produto U(W) U(W ), de modo que pelo Teorema da Órbita e do Estabilizador, temos Gr k V U(V) = U(W) U(W ). No caso real, trocamos U por O acima. Dito isto, se G é um grupo agindo por isometrias em uma variedade Riemanniana (M, g) e xamos x M, o estabilizador G x age em T x M via derivadas (mais precisamente, dene-se g v =. dg x (v), onde g : M M), o que nos permite considerar as chamadas representações de isotropia da ação. E vemos que se em algum x M, esta representação é irredutível, ou seja, o

10 Mergulhos clássicos de variedades Grassmannianas 10 espaço tangente T x M não possui subespaços G x -invariantes, então (M, g) é Einstein, pelo seguinte motivo: se usamos g x para considerar Ric x como um operador linear auto-adjunto em T x M, o fato de G x agir por isometrias nos diz que os autoespaços de Ric x são G x -invariantes, e logo a irreducibilidade implica que Ric x = λg x para alguma constante λ R. Mas novamente, G age por isometrias em M, então se Ric x = λg x vale para algum ponto x M, vale para todos os pontos. Um argumento ligeiramente técnico mostra que a representação de isotropia da ação de U(V) em Gr k V é irredutível, e assim obtemos o: Corolário 9. (Gr k V, g) é uma variedade de Einstein. 4. Alguns mergulhos clássicos 4.1. O mergulho de Plücker. Os produtos h e g em V induzem produtos (que também denotaremos por h e g) na k-ésima potência exterior V k, via determinantes de Gram. Mais precisamente, denimos h(x 1 x k, y 1 y k ) = det ( (h(x i, y j )) k i,j=1), e similarmente para g. Deste modo, o espaço projetivo P(V k ) também ganha uma métrica de Fubini-Study. Se W Gr k V e escolhemos uma base x para W, podemos considerar o k-vetor (não-nulo) x 1 x k, e mudando a base para x = xa, com A GL k (K), vale que x 1 x k = det(a) x 1 x k. Isto quer dizer que W determina uma certa reta em V k. O mergulho de Plücker P: Gr k V P(V k ) leva W nesta reta P(W). Veriquemos que P é, de fato, um mergulho isométrico. Olhando para expressões em coordenadas não é difícil ver que P é diferenciável (ou holomorfa se K = C). Em seguida, vejamos que P é injetor: se P(W) = P(W ) e escolhemos bases x e x para W e W, escrevemos x 1 x k = x 1 x k. Por absurdo, se x 1 W, então temos que 0 x 1 x 1 x k = x 1 x 1 x k = 0. Repetir o argumento com qualquer x j no lugar de x 1 nos dá a inclusão W W, e logo W = W pois ambos tem dimensão k. Assim, como Gr k V é compacto, uma vez que também mostrarmos que P é uma imersão, P será automaticamente um mergulho. E para mostrar que cada derivada dp W é uma aplicação linear injetora, vamos colocar a carroça na frente dos bois e mostrar logo que é uma isometria linear. A regra do produto nos dá que dp W : Hom(W, W ) Hom(P(W), P(W) ) é dada por dp W (H)(x 1 x k ) = x 1 x i 1 Hx i x i+1 x k. Com efeito, note que o lado direito da relação acima está em P(W), visto que o i-ésimo termo da soma h(x 1 x i 1 Hx i x i+1 x k, x 1 x k )

11 11 Ivo Terek é o determinante da matriz obtida substituindo a i-ésima linha da matriz de Gram (h(x i, x j )) k i,j=1 por (h(hx i, x 1 ) h(hx i, x k )) = (0 0). E nalmente, para mostrar que dp W preserva as métricas naturais, suponha agora que a base x escolhida para W é h-ortonormal. Com isto, é suciente mostrar que dp W (H)(x 1 x k ) 2 = Hx i 2, visto que o lado esquerdo é igual a gp(w)(dp W (H), dp W (H)) e o direito é g W (H, H). Isto talvez requeira um esforço de visuzalização do leitor, mas o lado esquerdo é a soma sobre i e j dos determinantes das matrizes descritas do seguinte modo: comece com a identidade de ordem k, troque a i-ésima linha e a j-ésima coluna por zeros, e insira na posição (i, j) o produto g(hx i, Hx j ). Os únicos termos não-nulos ocorrem para i = j e assim obtemos a soma dos Hx i 2, como desejado. Isto conclui a demonstração, mas ainda há dois comentários instrutivos a serem feitos, agora que o trabalho duro está feito. Primeiro, para cada elemento α V k, podemos considerar o subespaço. W α = {x V α x = 0} de V. Quando α = x1 x k, ou seja, α é decomponível (e portanto na imagem de P), temos que α W α é a inversa de P. Segundo, podemos reconciliar o que foi feito acima com o a situação em que V = K n e temos a descrição de Gr k (K n ) dada na Seção 1. A aplicação P deve levar a classe de equivalência de uma matriz A de ordem k n com posto máximo em uma certa reta em um espaço de dimensão n!/k!(n k)!. Mas este é exatamente o número de menores principais de order k que uma matriz k n tem! Ou seja, teremos que P([A]) = [p i1 i k 1 i 1 < < i k n], onde p i1 i k é o subdeterminante de A formado pelas colunas i 1,..., i k. O fato de A ter posto máximo garante que realmente temos um elemento bem denido em KP (nk) 1. A letra p, naturalmente, vem de Plücker. E este ponto de vista é o que evidencia que Grassmannianos são variedades projetivas. Por exemplo, temos coordenadas [p 11 : p 12 : p 13 : p 14 : p 23 : p 24 : p 34 ] para Gr 2 (K 4 ) mergulhado em KP 5. Como Gr 2 (K 4 ) tem codimensão 1, esperamos poder descrevê-lo como o conjunto de zeros de um único polinômio. Dito e feito, temos p 12 p 34 p 13 p 24 +p 14 p 23 = 0. Isto pode ser repetido em dimensões maiores, com mais equações, e descrito de forma intrínseca (isto é, sem apelar diretamente para matrizes) veja [4], por exemplo O mergulho de Conway-Hardin-Sloane. Dado W Gr k V, sempre podemos escrever a soma direta V = W W, e tal decomposição nos fornece a projeção ortogonal pr W : V V. Claramente pr W é um operador auto-adjunto com traço k/n que determina W completamente. Por outro lado, recorde que dado qualquer operador linear T gl(v ), denimos a parte sem traço de T como T 0. = T (tr(t )/n)idv. E T 0 juntamente com o número tr(t ) determina T completamente, no sentido de que se denotamos por gl 0 (V) o espaço dos operadores lineares em V com traço zero, a aplicação gl(v) T (T 0, tr(t )) gl 0 (V) K

12 Mergulhos clássicos de variedades Grassmannianas 12 é um isomorsmo de álgebras de Lie. Então, denotando por gl sym 0 (V) o espaço dos operadores auto-adjuntos em V com traço zero, é natural considerar a aplicação C: Gr k V gl sym 0 (V) dada por C(W) =. (pr W ) 0. Como estamos interessados em Geometria Diferencial, precisamos de uma métrica no espaço gl sym 0 (V) para continuar a discussão. A boa e velha métrica Euclideana servirá para os nossos propósitos: T, S =. Re tr(t S)/2. Com isto em mãos, a armação é que não apenas C é um mergulho isométrico, mas também a imagem de Gr k V sob C é um subconjunto da esfera em gl sym 0 (V) de raio k(n k)/2n. A discussão acima já mostra que C é injetora. Escrevendo vemos que (pr W ) 0 = 1 n ((n k)pr W kpr W ), (pr W ) 0, (pr W ) 0 = 1 ( (n k) 2 k + k 2 (n k) ) k(n k) =. 2n 2 2n Finalmente, vejamos que a derivada dc W preserva as métricas dadas. Dado qualquer H T W Gr k V, como pr W e (pr W ) 0 diferem por algo (constante) que não depende de W, o Exemplo 4 nos dá que dc W (H) = H pr W + Hpr W. Um cálculo direto implica que vale a identidade dc W (H) 2 = H Hpr W + HH pr W, e portanto dc W (H), dc W (H) = 1 2 (2 Re tr(h H)) = g W (H, H), concluindo o argumento (pois novamente, uma imersão isométrica injetora com domínio compacto é automaticamente um mergulho). Historicamente não é claro se tal mergulho de fato é devido a Conway e seus colaboradores, mas a atribuição não deixa de ser válida em vista de suas surpreendentes aplicações. Em [3], tal mergulho é utilizado no estudo de empacotamentos de retas em R 3 (e mais geralmente, no empacotamento de subespaços k-dimensionais de R n, que nos traz de volta a Gr k V), em uma pesquisa interdisciplinar relacionada com o tratamento de tumores por meio de lasers de alta energia Os mergulhos de Segre e Veronese. Se (V 1, h 1 ) e (V 2, h 2 ) são espaços com produtos internos (reais ou complexos) e escrevemos g i = Re h i, para i = 1, 2, como na Seção 3, o produto tensorial V 1 V 2 também ganha um produto h caracterizado pela relação h(x 1 x 2, y 1 y 2 ) = h 1 (x 1, y 1 )h 2 (x 1, x 2 ), e similarmente denimos um produto real g a partir de g 1 e g 2. Em particular, cada Grassmanniano de V 1 V 2 ganha uma métrica natural. E a operação de produto tensorial pode ser vista como uma aplicação T: Gr k1 V 1 Gr k2 V 2 Gr k1 k 2 (V 1 V 2 ), explicitamente dada por T(W 1, W 2 ). = W 1 W 2. Vejamos que T é injetora: suponha que W 1 W 2 = W 1 W 2, onde assumimos que W 1, W 1 Gr k1 V 1 e W 2, W 2 Gr k2 V 2. Sem perda de generalidade, é suciente mostrar que W 1 W 1. Tomamos x W 1 e xamos y W 2, não-nulo. Se não tivemos x W 1, existirá φ V 1 com φ(x) = 1 e

13 13 Ivo Terek φ W 1 = 0, donde segue o absurdo y = (φ Id V2 )(x y) = 0, visto que x y é uma soma de tensores puros em W 1 W 2. Portanto devemos ter x W 1. Prosseguindo, temos que a derivada desta aplicação T é a aplicação linear dt (W1,W 2 ) : T W1 Gr k1 V 1 T W2 Gr k2 V 2 T W1 W 2 Gr k1 k 2 (V 1 V 2 ) dada por dt (W1,W 2 )(H 1, H 2 ) = H 1 Id W2 + Id W1 H 2. Mas se x é uma base h 1 -ortonormal para W 1 e y é uma base h 2 -ortonormal para W 2, então {x i y j 1 i k 1, 1 j k 2 } é uma base g-ortonormal para W 1 W 2. Usando a caracterização de g em V 1 V 2, obtemos g (W1,W 2 )((H 1, H 2 ), (H 1, H 2 )) = k 2 g W1 (H 1, H 1 ) + k 1 g W2 (H 2, H 2 ), donde pelo menos segue que T é um mergulho suave, apesar de não ser isométrico. Mas quando temos que k 1 = k 2 = 1 (que incidentalmente é equivalente à relação k 1 = k 2 = k 1 k 2 entre as dimensões dos subespaços envolvidos), obtemos o chamado mergulho de Segre de um produto de espaços projetivos: PV 1 PV 2 P(V 1 V 2 ). Isto imediatamente se generaliza para um mergulho isométrico ( r r ) PV i P V i quando temos r espaços V 1,..., V r. Quando tomamos V = V 1 = = V r, compor T com o mergulho diagonal nos dá ainda outro mergulho isométrico PV (PV) r P(V r ), onde V r denota a r-ésima potência simétrica de V. Observe que a homotetia causada pelo mergulho diagonal é desfeita pela normalização da métrica natural em V r (ou seja, considerar P(V r ) ao invés de P(V r ) nos dá apenas um mergulho homotético). Este é chamado o mergulho de Veronese de grau r de V. Estes dois mergulhos combinados nos dão uma gama de exemplos de subvariedades de espaços projetivos, e são frequentes tanto em Geometria Diferencial e Geometria Algébrica. Por exemplo, quando temos V = K 3 e r = 2, o mergulho de Veronese ν : KP 2 KP 5 resulta nas coordenadas homogeneas consistindo de todos os produtos possíveis (dois a dois) entre as variáveis x, y, z, isto é, ν([x : y : z]) = [x 2 : y 2 : z 2 : yz : xz : xy]. Uma exposição bastante detalhada sobre variedades de Segre e Veronese, do ponto de vista da Geometria Algébrica, pode ser consultada em [5]. Referências [1] Absil, P. A.; Mahony, R.; Sepulchre, R., Riemannian geometry of Grassmann manifolds with a view on algorithmic computation, Acta Applicandae Mathematicae (Volume 80, Issue 2, pp ), [2] Chen, B. Y.; Nagano, T.; Totally geodesic submanifolds of symmetric spaces, I, Duke Math Journal (Volume 44, pp ), [3] Conway, J. H.; Hardin, R. H.; Sloane, N. J. A.; Packing lines, planes, etc.: packings in Grassmannian spaces, Experiment. Math. (Volume 5, Issue 2, pp ), [4] Griths, P.; Harris, J.; Principles of Algebraic Geometry, John Wiley & Sons, Inc., 1994.

14 Mergulhos clássicos de variedades Grassmannianas 14 [5] Harris, J., Algebraic Geometry: A First Course, Springer-Verlag, [6] Klein, F., Development of Mathematics in the 19 th Century, tradução por M. Ackerman, apêndices por R. Hermann, Math Sci Press (Lie Groups: History, Frontiers and Applications volume IX), [7] Kobayashi, N.; Nomizu, K.; Foundations of Dierential Geometry, Volume 2, Interscience Publishers, [8] McDu, D.; Salamon, D.; Introduction to Symplectic Topology, 3 a edição, Oxford Graduate Texts in Mathematics (Volume 27), [9] O'Neill, B., The Fundamental Equations of a Submersion, Michigan Math J. (volume 13, pp ), [10] Piccione, P.; Tausk, D. V.; On the Geometry of Grassmannians and the Symplectic Group: the Maslov Index and Its Applications, [11] Rapc±ak, T., Sectional curvatures in non linear optimization, J. Glob. Optim. (Volume 40, pp ), [12] Wolf, J., Elliptic Spaces in Grasmann Manifolds, Illinois J. Math (Volume 7, Issue 3, pp ), [13] Wong, Y. C., Dierential Geometry of Grassmann Manifolds, PNAS March 1 (Volume 57, Issue 3, pp ), [14] Wong, Y. C., Sectional Curvatures of Grassmann Manifolds, Proc. Natl. Aca. Sci. USA (Volume 60, Issue 1, pp ), The Ohio State University Department of Mathematics address: terekcouto.1@osu.edu

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